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ARTIGO: Mau elemento, mas indivíduo competente - CL Web Rádio

ARTIGO: Mau elemento, mas indivíduo competente

Ilustração: UOL/

Por Wendell Setubal/

NOS anos 1960, 1970, o locutor de futebol mais ouvido no Rio era Waldir Amaral. Quando alguém fazia um gol ele repetia um bordão: “Indivíduo competente o Fulano.”

NO meu caso, estou mencionando Jair Bolsonaro, um mau elemento (jargão usado pela polícia, que o idolatra, a poliçada), mas que tem revelado uma insuspeitada competência, podendo talvez ganhar no primeiro turno em 2022.

NÃO desconheço que essa competência é produzida com dinheiro público, com o de sempre toma-lá-dá-cá, atropelando a ética. Mas desde quando a direita se preocupou com ética? Imagina a extrema-direita, deve achar que é “coisa de comunista”.

A SURPRESA com essa “competência” é que ele foi durante 27 anos um membro do baixo clero, medíocre, com poucos projetos e intervenções. Em 2014, sai como o deputado federal mais votado no Rio de Janeiro.

ANUNCIOU que seria candidato a presidente da República e muitos chamaram-no de “cavalo paraguaio”. Não tem hábito de leitura, defende que a Terra não é redonda, é o típico tiozão do churrasco: xinga jornalistas e adversários e se preocupa mais com isenção de impostos para armas do que com o estoque de vacinas.

NO entanto, ganhou a eleição no Congresso no primeiro turno, derrubou possíveis rivais na sucessão (Mandetta e Moro), humilhou o vice Mourão, empregou generais e reconheceu até onde pode ir com as Forças Armadas, tem apoio na burguesia, aliados na Procuradoria e Tribunais Superiores, parte da classe média reacionária e conservadora, e com o auxílio emergencial espera crescer no Nordeste e periferias carentes do Sudeste.

É UM mau elemento, mas fez o dever de casa.

A DIREITA civilizada (o é por pouco tempo) divide-se entre Dória e Luciano Huck, chegando agora com pinta de favorito o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

E NÓS da esquerda, como estamos? Divididos, o de sempre. Lula, sem consultar partidos aliados, que fizeram vigília em Curitiba, quando estava preso, lançou Haddad como candidato do PT.

O DESDOBRAMENTO é previsível: PDT, PCdoB, PSOL lançam seus nomes e falam em unidade…! Discutir programa? Pra quê, perguntam. Além de unidade, vamos ouvir falar em empoderamento da mulher, racismo estrutural, preparar a Greve Geral.

ALGUMA novidade? Sim, a esquerda assiste ao Big Brother.

*

1. NÃO critico a esquerda de fora; assumo as nossas mazelas (baixo nível de leitura, discute-se o documento da organização, por eufemismo chamada em alguns casos de “tendência”, além das viúvas de Castro, Mao, Lênin e um Stálin requentado), mas não abro mão da crítica fraterna aos companheiros. Cobro-lhes o mesmo.

2. O QUE seria do amarelo… respeito quem gosta de reality show. Eu não gosto.

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