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NADA PARA COMEMORAR - CL Web Rádio

NADA PARA COMEMORAR

Wendell Setubal*

Foto: Reprodução/Internet

NO dia 1º de abril de 2024, o Golpe Militar completa 60 anos. Nada para comemorar.

AS cem mil pessoas que participaram do Ato na avenida Paulista não estavam só solidárias com Jair Bolsonaro, líder da extrema direita, mas defendiam um novo golpe, queriam os militares de novo. O fim da ditadura trouxe eleições diretas em todos os níveis, mas a classe dominante brasileira, racista, anda de helicóptero, é “invisível” para a grande massa; se você desconhece o inimigo, são menores as chances de derrotá-lo.

NESTA circunstância, o inimigo é o corrupto, o ladrão, o assaltante, o tráfico e a milícia.

APESAR disso, iremos neste mês de março falar da ditadura e seus governos, ressaltando as diferenças entre democracia e ditadura.

A DERROTA da extrema direita de Mussolini, na Itália, e de Hitler, na Alemanha, abriu espaço para os Movimentos Sociais reivindicarem melhores condições de trabalho e remuneração. E o Japão?, perguntará você. Estava isolado. Os norte-americanos jogaram duas bombas atômicas para deixar claro, principalmente para a União Soviética, comandada por Stálin, quem mandava a partir de 1945.

OFERECERAM cursos de especialização para as Forças Armadas da América Latina, visando combater o comunismo. A esquerda teve importante papel na Resistência e o general Inverno, na Rússia, derrotou os alemães. O Pentágono investiu pesado neste intercâmbio e no Brasil foi bem-sucedido, com o Golpe de 1964. A partir do Brasil, os golpes foram acontecendo em toda a América Latina, isolando Cuba, aliada do estalinismo, em que pese não ter contato com os partidos comunistas, que discordaram da tática de focos guerrilheiros dos cubanos.

NÃO houve resistência ao Golpe no Brasil e mais tarde este balanço da atuação da esquerda provocou dissidências em todo o espectro da esquerda brasileira.

A INOVAÇÃO brasileira foi realizar supostas eleições no Congresso, mas a votação era no Alto-Comando. Moderados e radicais revezavam. Castelo Branco, primeiro ditador, moderado, garantiu que depois dele o escolhido seria Arthur da Costa e Silva, apoiado pela Linha-Dura.

SE Castelo Branco governou com o Movimento Popular derrotado, Costa e Silva viu o ressurgimento do Movimento Estudantil, culminando, em junho de 1968, com a Passeata dos 100 mil. Costa e Silva teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma Junta Militar que incluía Exército, Marinha e Aeronáutica assumiu o poder, impedindo o vice-presidente, o mineiro Pedro Aleixo, sucessor natural.

A RESPOSTA do governo aos movimentos de oposição foi o AI5, ato institucional que era a lei da ditadura. Centenas foram presos, a imprensa foi censurada e “especialistas” norte-americanos montaram locais para obter informações através da tortura. O novo presidente, Garrastazu Médici, foi responsável por mais de 300 mortos, entre eles, o deputado Rubens Paiva, o líder comunista Carlos Marighella e o ex-capitão Carlos Lamarca.

O PAÍS crescia 11% ao ano, o chamado Milagre Brasileiro, com forte concentração de renda. O sucessor de Médici, Ernesto Geisel, anuncia uma lenta abertura e a passagem do poder aos civis. Chegou a demitir seu ministro do Exército, Silvio Frota, candidato da Linha-Dura. O medíocre João Batista Figueiredo foi o último general da ditadura.

A PARTIR de José Sarney, restabeleceu-se a democracia, atacada pela extrema direita bolsonarista. O que vai acontecer, depende de você.

*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.

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