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QUE VIDA ELES DEFENDEM? - CL Web Rádio

QUE VIDA ELES DEFENDEM?

Por Diego Cruz*
Imagem: Reprodução

O caso da atriz brutalmente exposta por um canalha ‘colunista’ e uma atriz bolsonarista decadente diz muito sobre a campanha contra o direito ao aborto promovido por esses setores.

Pra quem tá por fora. Uma jovem atriz foi estuprada, descobriu a gravidez tardiamente e, pressionada de forma desumana por ‘médicos’ e outros profissionais de saúde, teve o bebê. Fragilizada pela sessão de tortura promovida por esses ‘profissionais’ durante a gestação e sem qualquer condição psicológica para ficar com o bebê, entregou a criança para adoção, seguindo todos os trâmites legais, sigilosos por óbvio.

Pois bem, o hospital vazou a ‘informação’, pisando no direito à privacidade e no bem-estar da criança e da atriz, e o animal do Leo Dias divulgou. A tal da atriz bolsonarista (e pré-candidata a qualquer merda) reproduziu a ‘fofoca’.

É como a coisa funciona. Gritam contra o aborto, argumentam que, em casos de estupro, a vítima deveria entregar a criança para adoção e, quando isso acontece, expõem a vítima e a criança, que teve sua privacidade invadida e pode sofrer consequências inimagináveis no futuro. O único que não foi exposto foi o estuprador. O único que não foi cobrado foi o estuprador. O único que continua levando sua vida numa boa é o estuprador.

Damares, a juíza de SC, o animal do Leo Dias, a atriz bolsonarista, e toda essa corja de falsos moralistas que circundam o governo Bolsonaro não estão nem aí pra criança, que dizem de forma cínica proteger. Não estão nem aí para o estuprador. O alvo dessa gente hipócrita é a mulher. Ponto. Na visão desse povo, a mulher tem a obrigação de ser mãe. É o seu papel na sociedade. E se foi vítima de estupro, ah, uma pena né? Mas deve ter sido a vontade divina ou o destino, sua obrigação agora é ter o bebê e, mais que isso, criá-lo. Porque pra eles, o papel social de mãe não se resume a parir mas a criar.

Esse povo vive em Handmaid’s Tale. Não é exagero. É o projeto que eles realmente têm em suas cabeças delirantes.

Evidentemente, são os mesmos que comemoram chacinas e que repetem que ‘bandido bom é bandido morto’, ou que relevam quando crianças morrem por balas da polícia nas favelas. O discurso falsamente chamado de ‘pró-vida’ é seletivo, de classe, raça e ideológico. Porque a única vida que vale é a da escória como eles.

É urgente expor a hipocrisia dessa galera, e mostrar que isso serve a um projeto político de poder. Serve para voto. Serve para manter a base bolsonarista. Serve para um Malafaia da vida encher os bolsos e as contas na Suíça enquanto extorque um povo desesperado pela crise. Serve para tudo, menos, menos, menos, menos, menos, para proteger a vida da criança, como tanto dizem.

*Jornalista

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