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Por Wendell Setubal/
Imagem: Reprodução/
O MUNDO pode ganhar dois novos reis. Na Inglaterra, com a morte de Elizabeth II, seu filho Charles III será o novo rei da Grã-Bretanha. No Brasil, Bolsonaro acha que presidente pode tudo, é um rei a quem todos devem prestar reverência.
NA GRÃ-BRETANHA, rei não manda nada. Thatcher, que foi primeira-ministra, mudou o mundo, para pior. A rainha, nem aí. Assistiu ao progressivo desmoronamento do Império britânico e a hegemonia norte-americana sem poder fazer algo.
O PSEUDORREI, que acha que já ganhou a eleição, se perder vai dizer que é roubo. O Congresso vetou alguns decretos e ele comprou o Centrão. Pretende fazer algo com o STF.
JÁ INDICOU dois juízes. O Supremo começou a votar as medidas que facilitam a aquisição de armas. Um bolsonarista pediu vista no processo, alegando estar há pouco tempo no cargo (Cássio ou Kássio é o juiz bolsonarista que está lendo o processo). Está lendo até hoje. Como, desde quando está com ele? Desde setembro…
NA INGLATERRA, as Forças Armadas são instituição de Estado. Atemorizavam os rebeldes nas colônias. De causar inveja ao rei Bozo.
NO BRASIL, as Forças Armadas vão ao comício do presidente e oito mil militares têm uma boquinha no governo. Competência é o que não falta. Quer dizer, competem entre si pela boquinha.
NA GRÃ-BRETANHA, o rei cumpre os rituais que supostamente justificam a combalida monarquia. O que quer ser rei aqui, por enquanto Lorde das Trevas, aspira não a cumprir leis. Ele é a lei. Despotismo muito pouco esclarecido. Na Grã-Bretanha, rei morto, rei posto.
AQUI, o rei, em outubro, será deposto. Pelo voto.
*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.